A lesão muscular está entre as lesões mais frequentes na prática esportiva, podendo ocorrer por um trauma direto ou de forma indireta. Fatores individuais (intrínsecos), o tipo de atividade realizada, a forma como é realizada e mesmo uma falta de orientação ou preparo para realizá-la podem predispor a uma lesão muscular.
Nas causas traumáticas, o agente agressor provoca uma lesão aguda na musculatura como se estivesse rasgando um tecido ou uma vestimenta. Podemos citar o exemplo da famosa “paulistinha”, onde a musculatura da coxa sofre um mecanismo direto de trauma. Nos casos de uma força indireta, a musculatura se contrai ao mesmo tempo em que uma força externa tenta alongá-la, ou de forma progressiva nos casos de sobrecarga repetitiva.
A câimbra e a dor muscular após atividade física são consideradas lesões musculares, isto é ocorre uma micro lesão da musculatura que se traduz em dor.
As lesões musculares podem ser quantificadas ou graduadas de acordo com a gravidade e quantidade das lesões. Quantificamos a repercussão clínica, ou seja, os sinais e sintomas através da anamnese e exame físico e o tamanho da lesão através de um exame radiológico.
Clinicamente um paciente com lesão muscular se apresenta como dor, aumento de volume ou não do local acometido, presença ou não de hematoma no local e dificuldade para realizar um movimento ou atividade.
Radiologicamente são dois os exames que permitem a confirmação diagnóstica, são eles: o Ultrassom (USG) e a Ressonância Magnética (RM). Existem diferenças entre eles sendo a Ressonância mais precisa e o Ultrassom melhor para um acompanhamento evolutivo do processo cicatricial da lesão.
O famoso “estiramento” é o exemplo de uma lesão Grau I onde a sintomatologia clínica é mais branda e os sinais clínicos pouco aparentes. Nestes casos o USG pode vir normal sendo possível sua visualização somente na RM. Na lesão Grau II os sintomas clínicos já se tornam mais importantes afastando o paciente um tempo maior de suas atividades ou prática esportiva. No ultimo grau, o Grau III, a lesão da musculatura pode ser completa e o tempo de reabilitação pode superar as 06 semanas.
Os locais de lesão variam com o tipo de atividade realizada, isto é atividades de corrida, salto, freadas bruscas e mudança de direção, onde o membro inferior é mais usado as lesões mais frequentes estão na musculatura da coxa, tanto da região anterior (quadríceps) como da região posterior (bíceps da coxa) e panturrilha (gastrocnêmico). Nas atividades de carga com o membro superior, como o levantamento de peso ou atividades de arremesso, as lesões mais frequentes estão na musculatura do bíceps braquial, tríceps edeltoide.
A grande maioria das lesões musculares é tratada de maneira conservadora com afastamento da prática esportiva, medidas analgésicas que podem ser até mesmo o uso de muletas ou tipoias e muito importante a realização de uma fisioterapia ou hidroterapia.